Guernica

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Quem sou eu

Santa Maria, RS, Brazil
Um sujeito inquieto com um mundo que não aceita ser como ele imagina. E ainda bem que é assim...

Antigo Hospital Universitário de Santa Maria

Antigo Hospital Universitário de Santa Maria
A construção, à rua Floriano Peixoto, iniciou em 1959. Foi inaugurado em 29 de abril de 1970, com o início das atividades dos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Puericultura

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Instantes", um simples poema...

Como tantas coisas nesse mundo digital, há dúvidas sobre a origem do poema "Instantes". No Brasil tem sido, habitualmente, atribuído a Jorge Luís Borges, portenho, nascido em 1899 e falecido em 1986. Já houve quem atribuísse a Nadine Stair, uma escritora americana. O fato é que não tenho certeza da autoria. Porém, aqui não é o assunto. Ressalto a beleza e a simplicidade do texto. Por isso, trouxe-o para ser apreciado num dia como hoje, simples e importante como todos os outros. Não há nada para comemorar. Mesmo assim é mais um dia que merece ser vivido, de tênis, de sapato ou descalço...

“Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.

Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo”.


Seria bom perceber antes dos 85 anos que não podemos deixar situações e pessoas maravilhosas para trás. Para isso nos serve a leitura dos grandes mestres. Esse é o seu mérito. Transformam suas vivências em poéticas aulas para tentar demonstrar aos mortais como a vida pode ser simples e prazerosa.