Guernica

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Quem sou eu

Santa Maria, RS, Brazil
Um sujeito inquieto com um mundo que não aceita ser como ele imagina. E ainda bem que é assim...

Antigo Hospital Universitário de Santa Maria

Antigo Hospital Universitário de Santa Maria
A construção, à rua Floriano Peixoto, iniciou em 1959. Foi inaugurado em 29 de abril de 1970, com o início das atividades dos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Puericultura

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dies Irae (Dia da Ira)

Alguns dias são conturbados, melancólicos, nos conduzem à tristeza e a ira. Os motivos podem estar no trânsito, no jornal, no trabalho, colégio, universidade, supermercado. Podemos querer ir ao PROCOM, mandar prender alguém, enforcar um político. Muitas coisas misturam-se em uma só. Parece que o perdemos o chão, a perspectiva desaparece, há a sensação de desespero. Penso que sentir-se assim faz jus à condição humana, é inerente a de cada um dos bilhões de habitantes do planeta.

Dias como esses são comuns, por vezes intensos. Mas calma, importante, porém, é como tratamos esses momentos. Não podem ser causa de instabilidade exagerada. Eu, paradoxalmente ao desatino que possa me causar, aprecio zombar do Dies Irae.

Para saudá-lo, brindemos com “Lacrimosa”, que é parte do “Dies Irae”, um hino medieval à terrível ira divina aos pecadores. Ao externar o temor a Deus, revela Sua “vingança” no dia do julgamento final. Supostamente é de autoria de Tommaso da Celano (1200 a 1260/70), frade franciscano, autêntico intelectual do período. Como seus congêneres católicos observava uma relação de causa e efeito entre espiritualidade e doença, medicina e religião, moralidade e intelectualidade.

O poema serviu de inspiração para Mozart, em 1791, para a criação do Requiem, sua derradeira obra. A partir dele compôs o corpo principal da missa.

A seguir, Lacrimosa:

Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo reus.
Huic ergo parce, Deus:
Pie Jesu Domine,
Dona eis requiem. Amen.


Nos vídeos abaixo, a composição de Mozart.

sábado, 17 de outubro de 2009

Puedo escribir los versos más tristes esta noche

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos."
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como esta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche esta estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque este sea el ultimo dolor que ella me causa,
y estos sean los ultimos versos que yo le escribo.

Pablo Neruda

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fumaça Preta e as Bachianas...

Era 05 de outubro, aproximadamente 9 horas, e eu escrevia o texto Fumaça Preta no Beira-rio, para postar no blog. Dizia o seguinte:

“O Internacional ainda tem técnico, mas há muito se pode dizer que não existe comando. Eu, mais do que ninguém, defendo a permanência de técnicos e suas comissões em razão da manutenção do trabalho iniciado. Habitualmente considero a falta de bons resultados como um problema de múltiplas origens. Há uma diretoria que compõe o grupo, contrata comissão técnica, paga seus salários, há um treinador que define as escalações, o esquema tático, o posicionamento em campo, promove as substituições ao longo da partida e finalmente, há jogadores, que são os artífices da bola, os que dão o espetáculo ou o show de horror, que fazem os gols, sofrem faltas, conclamam a torcida, são vaiados, em suma, agem no campo de jogo, dentro das linhas de batalha. Há, portanto”...

Subitamente, interrompi os escritos e resolvi dar uma “olhadinha” nos jornais eletrônicos para matar a curiosidade sobre os últimos acontecimentos. Surpresa... estava estampado: “O Internacional demite o técnico Tite (Adenor Leonardo Bacchi)”. Naquele instante, de fato, não se tratava mais de uma irônica figura de linguagem. Havia a Fumaça Preta no Beira-rio.

À tarde foi contratado o ex-jogador Mário Sérgio Pontes de Paiva, com passagens pelo Internacional, Grêmio, Palmeiras, Bahia, Flamengo e vários outros. Traz no currículo os títulos de campeão brasileiro e do mundo. Como treinador, comandou, entre outros, Corinthians, São Paulo e Vitória, sempre por períodos curtos e sem títulos.

Na estréia, contra o fraquíssimo Náutico, a vitória por 3 a 1 intercalou lampejos de bom futebol com perigos iminentes de escandaloso fracasso.

Hoje, passados quatro dias, a situação, ainda em carne viva, retumba perguntas. Haverá possibilidades melhores para o Colorado no Brasileiro 2009? Haverá, pelo menos, uma retomada de um jogo confiável? Será possível terminar o Ano do Centenário de maneira honrosa?

Ao romper o Ciclo Bacchiano, nos deliciemos com a Cantilena das Bacchianas (*) Brasileiras para inspirar novos tempos ao clube do povo do Rio Grande do Sul.

(*) Disponível na barra de vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=8ZCq42RbEUM) Ária Cantilena, de Jorge Aragão.