Alguns dias são conturbados, melancólicos, nos conduzem à tristeza e a ira. Os motivos podem estar no trânsito, no jornal, no trabalho, colégio, universidade, supermercado. Podemos querer ir ao PROCOM, mandar prender alguém, enforcar um político. Muitas coisas misturam-se em uma só. Parece que o perdemos o chão, a perspectiva desaparece, há a sensação de desespero. Penso que sentir-se assim faz jus à condição humana, é inerente a de cada um dos bilhões de habitantes do planeta.
Dias como esses são comuns, por vezes intensos. Mas calma, importante, porém, é como tratamos esses momentos. Não podem ser causa de instabilidade exagerada. Eu, paradoxalmente ao desatino que possa me causar, aprecio zombar do Dies Irae.
Para saudá-lo, brindemos com “Lacrimosa”, que é parte do “Dies Irae”, um hino medieval à terrível ira divina aos pecadores. Ao externar o temor a Deus, revela Sua “vingança” no dia do julgamento final. Supostamente é de autoria de Tommaso da Celano (1200 a 1260/70), frade franciscano, autêntico intelectual do período. Como seus congêneres católicos observava uma relação de causa e efeito entre espiritualidade e doença, medicina e religião, moralidade e intelectualidade.
O poema serviu de inspiração para Mozart, em 1791, para a criação do Requiem, sua derradeira obra. A partir dele compôs o corpo principal da missa.
A seguir, Lacrimosa:
Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo reus.
Huic ergo parce, Deus:
Pie Jesu Domine,
Dona eis requiem. Amen.
Nos vídeos abaixo, a composição de Mozart.
Cerveja Também pode fazer o BEM?
Há um ano